Como não lembrar do caso trágico Ana Carolina Nardoni e Isabella Nardoni. Em março de 2008, Ana Carolina teve sua filha Isabella Nardoni, de 5 anos, assassinada pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, na cidade de São Paulo.
É difícil imaginar dor maior que a de enterrar o próprio filho. No caso de Ana Carolina, havia várias agravantes, como a pouca idade da menina, a brutalidade dos assassinos e, sobretudo, a identidade dos criminosos, incluindo-se o próprio pai da vítima. A enorme exposição pública, porém, ajudou. “A comoção das pessoas me dava força”, lembra ela. “Muitos choravam como se tivessem perdido o próprio filho.”
Com a ajuda da família, terapia a busca pela força na religião Ana Carolina revela que foi o caminho para continuar seguindo firme. Recorreu a sessões de terapia três vezes por semana. Sua mãe, Rosa Oliveira, foi outro apoio fundamental. “Com o tempo, aprendemos a nos acostumar com a dor. Alguns dias, no entanto, são mais difíceis”, afirma a avó de Isabella. Na segunda passada, a Isabella teria completado 14 anos. Na mesma data, Rosa pegou a filha e dirigiu até o litoral paulista para que as duas pudessem descansar. “Não comparo dores, por isso não me fiz de coitada achando que os meus problemas seriam maiores do que os dos outros”, diz Ana Carolina. “Lutei para voltar a ser feliz, pois essa é a imagem que a minha filha tinha de mim.”
Ana Carolina ficou solteira por quase dois anos, até conhecer o futuro marido o administrador Vinícius Francomano, com quem se casou depois da tragédia. Casaram-se em abril de 2014.
Hoje, Ana Carolina leva uma vida discreta. Nem sequer tem rede social. O grande marco da reconstrução de sua vida veio com vontade de ser mãe novamente, no ano passado. Após as tentativas, o sinal de alerta se acendeu e o exame deu positivo. A vontade era de berrar de contentamento.
Em comparação ao período de gravidez de Isabella, quando tinha apenas 17 anos, sente diferenças, como enjoos e inchaços. Por outro lado, aos 32, vive a experiência da maternidade tendo ao seu lado um marido. “Eu e Vinícius escolhemos todas as roupinhas, a decoração do quarto, a lembrancinha do hospital…”, conta ela, com o sorriso largo que tanto lembra o da filha Isabella.
Hoje Ana Carolina novamente mãe, do Miguel que chegou trazendo muita alegria, amor e renovação de forças. Seu exemplo serve de superação para muitas mães que perdem seus filhos. Deixando uma mensagem muito forte e bela. Com certeza um filho não substitui o outro, traz uma força nos mostrando que a vida continua e temos que buscar sempre a felicidade.
Como ela mesma disse: “A Isa sempre me viu feliz – e é assim que estou hoje”, complementa, orgulhosa de estar conseguindo reconstruir a própria história.
Por: Ana Carolina Oliveira em entrevistas na mídia.
Fotos: Reprodução/Internet
Beijos. 💜